CREMERJ visita hospital de Saracuruna
07/10/2011
Os conselheiros Vera Fonseca, Erika Reis, Nelson Nahon e Sidnei Ferreira visitaram na segunda-feira, 3, o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna. A unidade, fundada há 12 anos, foi motivo de repercussão na mídia após três casos que ocorreram nas últimas semanas.
De acordo com o diretor do hospital, Manoel de Almeida Moreira Filho, a unidade, que atende casos de média e alta complexidade, teve um aumento de 20% na demanda da emergência nos últimos três meses em razão do fechamento de unidades nos municípios próximos.
\"Como há falta de serviços de neurocirurgia em diversos hospitais, a nossa unidade acaba absorvendo grande contingente, que vem de diversos municípios\", lembrou Moreira Filho.
Somente em 2010, o hospital realizou 6.300 cirurgias, sendo 744 neurocirurgias.
Atualmente, o Adão Pereira Nunes conta com 276 leitos gerais e 54 leitos de CTI. Contudo, nos plantões, tem de dois a quatro neurocirurgiões e três anestesistas, mas precisaria de quatro neurocirurgiões e seis anestesistas fixos por plantão.
Outro problema é a carência de tomógrafo: atualmente, o hospital tem apenas um desses aparelhos em funcionamento, que realiza até 2.500 exames por mês.
“Diante do perfil e do número de atendimentos a pacientes politraumatizados, e levando-se em consideração a área que a unidade abrange – toda a baixada fluminense e até municípios do interior do Estado – há, de fato, necessidade urgente de se instalar um segundo tomógrafo”, frisou Erika Reis.
Os conselheiros também puderam verificar que a emergência está lotada, funcionando com o triplo da capacidade de leitos: a unidade conta, oficialmente, com 28 leitos, mas no dia da visita havia 58 pacientes internados.
“Temos recebido também pacientes referenciados pela Secretaria Estadual de Saúde com perfil diferente do da unidade. Ou seja, ficamos com leitos ocupados por pacientes com patologias crônicas e que necessitam de tratamentos paliativos, já que não temos leitos de retaguarda para transferência”, acrescentou Moreira.
Além disso, o hospital tem 12 leitos de UTI e seis de unidade intermediária, mas tem apenas seis médicos plantonistas, que também são responsáveis pela sala de parto. Nos fins de semana, somente três neonatologistas atuam no plantão. Há deficiência de monitores cardíacos (possuem cinco, quando o ideal seriam 18) e de materiais específicos para cirurgia neonatal.
Apesar das dificuldades, muitos casos de atendimentos bem sucedidos, como implante de membros, além de outras cirurgias de extrema complexidade que o hospital realiza, foram apresentados aos Conselheiros.
\"É indiscutível que o Hospital Adão Pereira Nunes está sobrecarregado. Esperamos que as autoridades reconheçam o problema e ajam diante desse cenário\", salientou Vera Fonseca.