Pediatras promovem manifestação no Hospital da Piedade
08/08/2012
Pediatras do Rio de Janeiro uniram-se aos do Hospital Municipal da Piedade e realizaram uma manifestação na porta da unidade para protestar contra a falta de médicos. A carência de recursos humanos levou o serviço de pediatria a suspender a internação de pacientes na semana passada. Outras áreas do hospital também sofrem com estrutura precária e equipes insuficientes.
“Este hospital tem uma tradição de lutas de mais de 20 anos. Ia ser fechado e lutou para continuar atendendo a população. A prefeitura diz que a prioridade é atenção básica, mas não se pode abandonar os hospitais”, declarou a presidente do CREMERJ, Márcia Rosa de Araujo, que apoiou o ato.
O presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Eduardo Vaz, afirmou que há uma política de não contratação de pediatras. “Estudo recente do CFM mostrou que a pediatria é a especialidade com o maior número de médicos no Brasil. Não faltam pediatras, faltam salários dignos e condições de trabalho”, afirmou.
O conselheiro Sidnei Ferreira recomendou a refederalização do Hospital da Piedade. “A Prefeitura mostrou-se incompetente com a gestão do Hospital que foi credenciado pelo MEC e MS como de ensino. Este é um movimento que emana do corpo clínico, de quem conhece este hospital e sabe qual a melhor maneira de estruturá-lo”, disse. Os conselheiros Armindo da Costa e Carlindo Machado também participou da manifestação.
Em relatório concluído na semana passada, o CREMERJ apontou que a falta de recursos humanos e de equipamentos no hospital representam risco aos pacientes e expõe os médicos. O centro cirúrgico é o local que apresenta mais problemas, sem estrutura adequada para as intervenções, e teve suas atividades suspensas. O setor de oftalmologia está fechado desde 2009.
O hospital não possui ambulância própria, e na clínica médica pacientes enfrentam 30 dias de espera por um diagnóstico por conta da demora na realização de exames de imagens. A falta de médicos é crítica, sendo necessário alocar mais dois médicos na unidade coronariana, três médicos de rotina na UTI, quatro médicos na cirurgia geral, seis clínicos e quatro pediatras.
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