CREMERJ encontra situação caótica no Hospital da Posse
28/11/2012
A Comissão de Fiscalização do CREMERJ visitou, na manhã desta quarta-feira, 28, o Hospital Geral de Nova Iguaçu – o Hospital da Posse –, a pedido das chefias de obstetrícia e neurocirurgia da unidade. Segundo o Diretor de Sede e Representações do Conselho, Nelson Nahon, que participou da vistoria, a crise no local é grave pela falta de médicos, insumos e pelas péssimas condições estruturais do prédio.
\"A falta de recursos humanos é caótica. Além disso, a maioria dos médicos são contratados sem carteira assinada, com salários abaixo do adequado e apenas por um período temporário de, no máximo, dez meses\", afirma Nahon.
O coordenador da seccional do CREMERJ em Nova Iguaçu, José Estevam da Silva Filho, o diretor geral e o diretor técnico do Hospital da Posse, Marcio Pisani e Luiz Eduardo Telles da Conceição, respectivamente, acompanharam a fiscalização. A Sociedade de Neurocirurgia do Rio de Janeiro também enviou um representante: André Luis Ramos.
Apesar de ser uma das principais opções para gestantes da região, o hospital não tem equipamento de ultrassonografia funcionando, nem cardiotocógrafo para verificar a frequência cardíaca fetal. Na Maternidade Mariana Bulhões, anexa ao Hospital Geral, a insuficiência de pediatras, obstetras e anestesistas é ainda mais absurda, lembra o diretor de Sede e Representações do CREMERJ.
\"Em alguns plantões, a maternidade chega a enviar suas gestantes para o Hospital Geral porque não tem equipe para realizar os partos. É um risco ao qual as mulheres e os bebês não podem ser expostos\", diz.
Representações no MP
A carência de insumos ainda atinge outros setores do hospital. O único tomógrafo da unidade não consegue funcionar com regularidade devido à ausência freqüente de material. Os kits para diagnóstico de Aids e VDRL (sífilis), exames de tipagem sanguínea e testes de glicemia também estão em falta. Não há itens ainda mais simples, como gaze, álcool 70, bolsas para coleta de sangue e antissépticos.
\"Na neurocirurgia, alguns médicos têm levado equipamentos e materiais próprios para tentar salvar a vida de quem precisa ser operado com urgência. Já no pós-operatório, além da carência total de insumos, há muito mofo, o que eleva a contaminação dos pacientes\", conta ainda.
Diante da situação encontrada, o Conselho Regional de Medicina vai entrar com uma representação junto aos ministérios públicos Estadual e do Trabalho, além de procurar a Vara de Infância e Adolescência para entregar os resultados da fiscalização.
\"Não é possível esperar a entrada do novo governo em janeiro do ano que vem. O Hospital Geral de Nova Iguaçu precisa de uma solução emergencial\", conclui Nelson Nahon.