Clínica em Valença fecha e abandona pacientes
06/12/2012
Os quatro pavilhões com capacidade para 90 pessoas hoje só guardam dois pacientes, além de um motorista que também cozinha, vigia, dá a medicação e cuida da manutenção do prédio. Esse foi o cenário encontrado pelo CREMERJ na quarta-feira, 5, durante visita à Clínica Ricardo Iberê Gilson, em Valença. A unidade especializada em atendimento a dependentes químicos teve seu convênio com a Secretaria Estadual de Assistência Social cancelado em 18 de agosto. Desde então, os pacientes aguardam transferência.
\"Não é possível que essas pessoas permaneçam internadas sem acompanhamento médico, com péssimas condições de higiene e falta total de cuidados. Fechar uma clínica com tantos leitos, quando as vagas para o tratamento de dependentes são tão poucas, já é um absurdo. Mas abandonar os pacientes é inaceitável\", afirma Nelson Nahon, diretor de Sede e Representações do CREMERJ.
Segundo a diretora da clínica, Rosane Gonçalves Pinto, os dois homens foram internados por decisão judicial e deveriam ser transferidos na terça-feira, 4 de dezembro. Toda a documentação deles foi entregue à secretaria na mesma data, porém o processo não foi concluído. Ainda de acordo com Rosane, a unidade oferecia um trabalho multidisciplinar, com médicos, psicólogos, fisioterapeutas, professores de educação física, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais.
\"A clínica foi reformada recentemente para depois ser fechada? Não faz sentido. Segundo nos informaram havia 90 pacientes, depois 60 e por fim, antes do fechamento, apenas 18\", relata Nahon.
Diante da situação, o Conselho enviará o relatório da fiscalização para o Ministério Público Estadual, além de pedir esclarecimentos aos secretários estaduais de Saúde e de Assistência Social. Segundo afirmado durante a vistoria, duas das três clínicas para dependentes químicos na região já foram fechadas.