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CREMERJ reprova o fechamento da Maternidade Praça XV

08/02/2013

É com profundo pesar que o CREMERJ recebe a confirmação do fechamento do Hospital Maternidade Oswaldo Nazareth – Maternidade Praça XV. O clima de comoção foi constatado nessa sexta-feira, 8, pela vice-presidente do Conselho, Vera Fonseca, que esteve no local e compartilhou a aflição de médicos, enfermeiros e funcionários que ali trabalharam por toda a vida. “Hoje é um dia de luto para a ginecologia e obstetrícia do Rio de Janeiro. Os médicos estão arrasados com o fim de uma maternidade tão importante para a nossa cidade”, lamenta.

Referência há décadas, a maternidade é um triste exemplo do que vem acontecendo com a saúde pública do Rio. Na última sexta-feira, 1, o CREMERJ fiscalizou a unidade e relatou a falta de obstetras. O plantão da obstetrícia estava sendo feito por apenas dois ou três médicos e, em diversos casos, profissionais faziam mais de um plantão por semana.

A maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda, anexa ao Hospital Souza Aguiar, sempre foi prometida como a “nova Maternidade Praça XV”. Mas a original tem hoje não só sua tradição e memória, como todo o seu corpo clínico, desfeitos.

 “Nosso prefeito é tão preocupado com a estética da cidade – vide o projeto Porto Maravilha –, mas não se sensibiliza com questões fundamentais. É notória a falta de condições estruturais e de recursos humanos da maternidade. Entretanto, não podemos desprezar a tradição e a memória desta unidade, que há décadas promove atendimento de qualidade às mulheres e contribui para a formação dos obstetras do Rio. Os médicos se sentem apunhalados, principalmente pela forma como está acontecendo este fechamento. É possível avançar sem mexer com as tradições e desprestigiar toda uma categoria. Hoje, o prefeito entrega a chave da cidade ao Rei Momo para abrir o Carnaval e fecha parte importante da história do Rio de Janeiro com a chave da maternidade”, aponta Luís Fernando Moraes, conselheiro do CREMERJ.

O Conselho encaminhou o protesto para a OAB Mulher.