CRM promove plenária temática sobre transplantes
05/04/2013
O CREMERJ promoveu, na quarta-feira, 3, uma plenária temática sobre a realização de transplantes no Rio de Janeiro. A palestra foi apresentada pelo médico José Cavaliere Sampaio, que mostrou que o estado é o 5º do Brasil no ranking de realização do serviço. Segundo ele, em 2012, registrou-se que, no país, havia 123 equipes ativas de transplantadores em 22 estados.
De acordo com a apresentação, o Rio se destacou na realização de transplantes de rins, fígado e medula óssea. Já os de medula óssea, córnea e coração ficaram aquém do esperado. Transplantes de pâncreas não foram feitos no estado em 2012, apesar de o Rio ter sido pioneiro no procedimento no país. Os de pulmão também não foram realizados.
“Aumentar o número de equipes de transplantadores é uma necessidade não só do Rio, mas de todo o país. No nosso estado, por exemplo, poderíamos ter avançado mais na realização desse procedimento. A posição do Rio no transplante de córnea está muito abaixo da média. Em alguns estados, a lista de espera está praticamente zerada, como é o caso de São Paulo. Outro ponto a ser avaliado é que os transplantes no Rio são feitos quase todos na capital. Já no estado paulista, a realização é feita na capital e no interior”, afirmou Cavalieri.
O coordenador do Grupo de Trabalho sobre Transplantes de Órgãos e Tecidos do CREMERJ, Pablo Vazquez, frisou que a situação do Rio de Janeiro é grave.
“É um absurdo que o transplante da rede pública não se desenvolva. Existem dificuldades nos hospitais federais, causadas pela falta de recursos humanos e infraestrutura, como foi o caso do Hospital Federal de Bonsucesso”, disse.
A presidente do CREMERJ, Márcia Rosa de Araujo, também chamou a atenção para o sucateamento e a falta de investimento nas unidades.
“Os hospitais federais, referências nos procedimentos de alta complexidade, estão sendo desvalorizados a cada dia. É isso que os médicos não podem permitir”, declarou.
Participaram também da palestra temática a conselheira Marília de Abreu e os especialistas Luís Fernando Bouzas, do Inca; Rodrigo Sarlo, do Programa Estadual de Transplante (PET); Carlos Vasconcelos e Maurício Ibraim.