Falta de médicos ainda é grave no Cardoso Fontes
30/04/2013
Em visita técnica nesta terça-feira, 30, o CREMERJ constatou que a falta de recursos humanos continua grave no Hospital Federal Cardoso Fontes. Por causa da ausência de médicos – muitos se aposentaram e não houve reposição –, desde o ano passado, vários setores vêm sendo desativados, entre eles, a emergência pediátrica, a unidade coronariana e dez leitos da clínica médica.
Os conselheiros Luís Fernando Moraes e Pablo Vazquez se reuniram com o diretor geral do hospital, Paulo Roberto Marçal Alves, e com a presidente da Comissão de Ética, Magali Luppo, que confirmaram que não houve contratação de médicos no último mês, nem um aviso oficial de que eles serão chamados.
“Mais uma vez, o Ministério da Saúde não cumpriu o acordo com a categoria médica. No dia 2 de abril, tivemos uma reunião com o ministro Alexandre Padilha, que disse que médicos seriam contratados para suprir a necessidade imediata dos hospitais federais, com salários em torno de R$ 5 mil. Até agora, nenhuma unidade federal no Rio de Janeiro teve essas contratações”, afirmou Vazquez, coordenador da Comissão de Saúde Pública do Conselho.
Em resposta à situação, o CREMERJ está elaborando um relatório pontuando os principais problemas dos hospitais federais constatados nas fiscalizações e enviará o documento para os deputados federais, em Brasília.
“Vamos enviar também para a presidente Dilma e para o Alexandre Padilha. Vamos pressionar por uma resposta porque, dessa forma, não pode continuar. Vários serviços foram fechados por falta de recursos humanos. Os médicos estão sobrecarregados e a população está ficando desassistida, fatores que nos preocupam muito”, declarou Luís Fernando.
Outro problema no Cardoso Fontes é o centro cirúrgico que, no início de abril, foi fechado após uma inundação. Até o momento, a situação não foi normalizada: de seis salas cirúrgicas, somente duas estão liberadas. As obras na emergência, paralisadas há mais de dois anos pelo Ministério da Saúde, também não foram retomadas. Em função disso, a emergência continua funcionando de forma improvisada, em dois andares – os pacientes são atendidos no primeiro andar e depois levados para o segundo pavimento.
Os conselheiros visitaram os serviços de nefrologia, emergência, CTI, além de outros. O CREMERJ também se reuniu com médicos do hospital e falou sobre as ações que o Conselho tem realizado pela valorização da categoria médica e em defesa da saúde pública.