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Sucateamento do Hospital do Andaraí revolta corpo clínico

28/11/2013

Revoltados com o sucateamento do Hospital Federal do Andaraí, médicos da unidade solicitaram uma assembleia com o CREMERJ, que aconteceu nessa quarta-feira, 27 , no auditório do hospital. Na ocasião, diretores do Conselho e membros do corpo clínico debateram propostas em busca de uma solução. Os médicos denunciaram péssimas condições de trabalho; falta de recursos humanos; deficiência de insumos; problemas estruturais e de higiene; diversidade de vínculos empregatícios; discrepância salarial; entre outros.
 
Integrantes do corpo clínico contaram que, ontem , dezenas de cirurgias foram desmarcadas por falta de roupas para pacientes e luvas. A emergência também enfrenta problemas com o déficit de material, onde há carência de suprimentos básicos, como gases e ataduras. Devido à falta de recursos humanos, serviços foram desativados, como aconteceu com a Unidade de Pacientes Graves (UPG).
 
Em relação aos problemas estruturais, falou-se sobre o funcionamento precário dos elevadores; alagamentos e vazamentos quando chove; tubulações comprometidas; equipamentos quebrados; e condições sanitárias inadequadas.
 
Os colegas também lamentaram o atraso no tratamento de pacientes oncológicos. Uma quimioterapia e radioterapia, por exemplo, podem demorar meses para serem efetuadas. Além disso, o hospital, que tradicionalmente é formador de novos médicos, está com a residência prejudicada, em função do constante cancelamento de cirurgias.
 
O presidente do CREMERJ, Sidnei Ferreira, destacou que a entidade vem denunciando há tempos o sucateamento do Andaraí para vários órgãos, como o Ministério da Saúde.
 
Não é a primeira vez que estamos aqui. É triste ver o abandono desse hospital e, certamente, precisamos nos mobilizar. É uma luta que não é simples, pois está cada vez mais difícil conscientizar nossas autoridades sobre a situação do Andaraí e dos outros hospitais do Rio de Janeiro. No entanto, não podemos desistir, porque temos direito a condições adequadas de trabalho e concursos públicos com salários dignos. Além disso, temos um compromisso com a população, que merece um atendimento justo e de qualidade, declarou.
 
Para resolver a situação, o corpo clínico planeja promover mobilizações e assembleias. Eles solicitarão à diretoria que informe ao Sistema de Regulação de Vagas a impossibilidade de receber novos pacientes. Segundo os médicos, só para cirurgias eletivas há mais de 450 pessoas na fila de espera da própria unidade. Outra proposta é referenciar a emergência fechar a porta de entrada se não houver condições dignas de trabalho, como a reposição de insumos e a contratação de recursos humanos.
 
Os conselheiros Nelson Nahon e Erika Reis também participaram do encontro.