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Entidades médicas do Rio traçam estratégias para movimento

04/02/2014

Diretores do CREMERJ e do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmed-RJ) se reuniram nessa quarta-feira, 29, para traçar as estratégias deste ano para o movimento médico. Na ocasião, as entidades apontaram como crítico o sucateamento das unidades de saúde, o baixo financiamento para o setor, o descaso com os médicos ativos e inativos, o pagamento a menos das gratificações dos médicos federais, entre outros.

Sobre a situação dos aposentados, o presidente do CREMERJ, Sidnei Ferreira, falou que se reuniu com cerca de 100 médicos inativos e que conversou com o secretário estadual de saúde, Marcos Musafir, sobre o caso.

“Ele disse que o Executivo enviará um projeto de lei para ser aprovado pelo Legislativo que prevê a incorporação da Gratificação de Encargos Especiais de Lotação, Exercício e Desempenho (Geeled) e de triênios, que beneficiarão servidores públicos ativos e inativos. Porém, essas medidas não reparam as injustiças praticadas há décadas contra aposentados e ativos. É preciso reestruturar a carreira com um reajuste real e um plano de cargos, carreira e vencimentos”, afirmou. 

Já o presidente do Sinmed-RJ, Jorge Darze, acrescentou que a situação dos aposentados também está na pauta das reuniões que acontecem em conjunto com assessorias jurídicas do Conselho e do sindicato. Além disso, Darze criticou o baixo financiamento do governo federal destinado à saúde.

No encontro, ficou decidido seguir a agenda das entidades médicas nacionais que define uma mobilização no Dia Mundial da Saúde – 7 de abril. Para organizar o movimento no Rio de Janeiro, o CREMERJ e o Sinmed-RJ farão reuniões periódicas, promoverão uma assembleia geral no dia 24 de março e realizarão visitas em hospitais para motivar os médicos. As entidades mobilizarão ainda residentes e acadêmicos de medicina.

A próxima reunião entre CREMERJ e Sinmed-RJ será no dia 12 de fevereiro. As entidades também redigirão um texto, mostrando aos médicos os absurdos que o governo vem cometendo contra a saúde.

Os diretores Nelson Nahon, Pablo Vazquez e Gil Simões participaram do encontro.

Ponto biométrico

As entidades médicas demonstraram preocupação com o tipo de ponto biométrico que será implementado nas unidades de saúde nos próximos meses. Segundo elas, o sistema não foi programado para respeitar as peculiaridades do trabalho médico, como por exemplo, um cirurgião precisar interromper uma cirurgia para registrar a sua presença no hospital. 

Outra falha técnica do sistema é não emitir um comprovante ao registrar a biometria e contabilizar hora-extra como banco de horas, o que é proibido para o servidor público, que deve receber em dinheiro pelas horas extras trabalhadas.

Para Sidnei Ferreira, o governo tenta mais uma vez dissimular os motivos reais da falta de médicos nas equipes com a exigência do ponto biométrico, porém sem melhorar o que está precário.