Alexander Fleming: falta de recursos humanos piora na unidade
10/02/2014
Em reunião nessa sexta-feira, 7, médicos do Hospital Maternidade Alexander Fleming denunciaram ao CREMERJ que é grave a falta de recursos humanos na unidade. Segundo os colegas, de segunda a sexta, as equipes costumam estar completas, mas, nos fins de semana, acontece de ter plantões com apenas um médico.
Em um dos casos, um obstetra assumiu o plantão sozinho, com pacientes internadas, e precisou realizar uma cesariana com a ajuda de um pediatra. Porém, para realizar esse tipo de cirurgia, é necessário que permaneçam no centro cirúrgico, no mínimo, dois obstetras, um pediatra e um anestesiologista.
“O cenário que temos aqui é o mesmo da maioria dos hospitais públicos. Há tempos, denunciamos essa crise à Secretaria Municipal de Saúde, e infelizmente não há melhorias. Também denunciamos ao Ministério Público. As condições de trabalho estão péssimas, o que dificulta um atendimento de qualidade à população. E a situação só não é pior, porque há médicos comprometidos com a saúde, medicina e sociedade”, declarou o vice-presidente do CREMERJ, Nelson Nahon.
Os médicos ainda relataram a atuação do Projeto Cegonha e das enfermeiras obstetras no hospital. As enfermeiras integrantes do projeto fazem a triagem para a classificação de risco das pacientes que chegam à unidade e, quando percebem que não há complicação, o parto é realizado, sem que as gestantes passem em nenhum momento pela avaliação de um médico.
Houve uma redução no número de procura para residência, fazendo com que a unidade, aos poucos, perca a característica de ensino.
Os colegas também comentaram que a direção do hospital acabou com o setor pré-natal e transferiu sem consulta prévia os médicos desse serviço para a emergência. Segundo eles, inclusive, há uma grande dificuldade de diálogo com a atual direção. Apesar de ter assumido há meses, a maioria dos colegas disse não conhecê-la. Outro problema é com relação ao Sistema de Regulação de Vagas, que, de acordo com eles, ainda é bastante deficitário.
“Vamos convocar a direção para saber o porquê dos problemas detectados há cerca de três meses não terem sido solucionados. Sabemos que a situação é crítica, por isso sugerimos aos colegas que documentem tudo o que for possível para se resguardar e, também, instrumentalizar as denúncias ao Ministério Público e à Justiça”, frisou o presidente do CREMERJ, Sidnei Ferreira.