Aviso de Privacidade Esse site usa cookies para melhorar sua experiência de navegação. A ferramenta Google Analytics é utilizada para coletar informações estatísticas sobre visitantes, e pode compartilhar estas informações com terceiros. Ao continuar a utilizar nosso website, você concorda com nossa política de uso e privacidade. Estou de Acordo

CREMERJ debate em fórum desafios do ensino médico

07/05/2014

 
A Comissão de Ensino Médico do CREMERJ deu início ao “III Fórum: CREMERJ e Ensino Médico – Desafios e Conquistas” nessa segunda-feira, 5. O evento voltado para médicos, professores e estudantes de medicina – que termina na quarta-feira, 7 – é promovido em parceria com a Associação Brasileira de Educação Médica (Abem). O objetivo é discutir questões do ensino médico no Brasil atualmente, como o Teste de Progresso; políticas de expansão de escolas; dificuldades da manutenção do curso de medicina; transferência assistida e o impacto do programa “Mais Médicos” no ensino.
 
Na abertura, o presidente do CREMERJ, Sidnei Ferreira, salientou que o ensino médico vive um momento peculiar e perigoso no Brasil, em razão de questões como o programa “Mais Médicos”, a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e a falta de investimentos e de políticas públicas para setores fundamentais para a população.
 
“O governo federal não quer investir na saúde ou com na educação. O que vemos nos municípios, por outro lado, é incompetência generalizada, falta de compromisso e de visão social. Somos uma das maiores economias mundiais e não temos um plano nacional para educação ou saúde pública. Isso é uma vergonha”, disse.
 
A desenfreada proliferação de escolas médicas também foi atacada por Sidnei Ferreira.
 
“Com base no programa Mais Médicos, 49 novas escolas médicas foram autorizadas, fora as que estavam na fila. O objetivo do governo é chegar a aproximadamente 150 escolas. Existem pesquisas que mostram que a residência médica fixa os médicos nas unidades. As escolas médicas não têm este poder. Os residentes também não têm a quantidade necessária de preceptores. Essas questões precisam ser discutidas, daí a importância de jornadas como esta que estamos realizando no CREMERJ”, afirmou.
 
Ao proferir palestra sobre “O que é o Teste de Progresso”, a conselheira do CRM capixaba e professora de pediatria da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Rosana Alves explicou que o exame acontece anualmente com a finalidade de avaliar o desempenho cognitivo e a evolução dos alunos na aquisição de conhecimentos durante os seis anos de formação acadêmica, além de aspectos do próprio curso. As provas são elaboradas por um pool de escolas. No Brasil isso ainda acontece regionalmente, mas a proposta é de que, a partir de 2015, as provas sejam nacionais, a exemplo do que ocorre no exterior, com questões  que levem em consideração as peculiaridades regionais. Segundo ela, ainda falta o reconhecimento do Ministério da Educação.
 
“A ideia é usar o teste para avaliação da escola e do estudante, com o objetivo maior de servir como pontuação para a residência médica. Não queremos somente o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), que acontece a cada três anos. A proposta é de que as avaliações sejam anuais e que haja um acompanhamento desses estudantes”, destacou.
 
O Teste de Progresso é aplicado nos Estados Unidos e Holanda desde a década de 70 e chegou ao Brasil há cerca de 20 anos. No ano passado, sete escolas médicas do Rio de Janeiro e Espírito Santo participaram do exame, realizado por aproximadamente 5 mil estudantes. A Abem espera a ampliação do número de escolas participantes na próxima prova. O projeto do Teste de Progresso tem o apoio do CREMERJ.
 
A conselheira e coordenadora da Comissão de Ensino Médico do CREMERJ, Vera Fonseca, destacou a importância do teste para que os alunos de medicina cheguem mais capacitados profissionalmente ao final dos seus cursos.
 
“Apesar de não termos ascensão junto às universidades, podemos discutir como nós - médicos, professores ou preceptores -, poderemos atuar para garantir uma melhor qualidade no ensino médico. Essa é uma preocupação constante do CREMERJ”, disse.
 
A iniciativa do evento também foi saudada pelo vice-presidente da Abem, Francisco Barbosa, que igualmente criticou a proliferação de escolas de medicina no país e o programa “Mais Médicos”.
 
“O Brasil não precisa de médicos estrangeiros e deve se preocupar com a qualidade do ensino fornecido em suas instituições”, afirmou.

 Na foto, Francisco Barbosa, Vera Fonseca e Sidnei Ferreira