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CREMERJ faz palestra em Macaé sobre Mais Médicos

08/07/2014

O presidente do CREMERJ, Sidnei Ferreira, proferiu palestra na Associação Médica de Macaé (AMM), nessa quinta-feira, 3, sobre o programa “Mais Médicos”. As contradições das ações do governo federal, a Lei 12.871/2013, que define o “Mais Médicos, e os aspectos políticos e eleitorais e os impactos na formação médica no Brasil foram os principais eixos da palestra. A AMM também homenageou o presidente do  CREMERJ com um diploma. A distinção foi entregue pela médica Dóris Martinelli, ex-presidente da entidade.

O presidente da AMM, Marcelo Rizzo, explicou que o convite teve o objetivo de municiar os cerca de 300 médicos associados com argumentos sólidos contra o discurso eleitoreiro do governo de que faltariam médicos no Brasil. “É importante sabermos como efetivamente funciona o programa”, disse.

Sidnei Ferreira chamou a atenção para o fato de que o governo federal não tem um plano nacional para a saúde nem para a educação. Ele contestou, durante a palestra, as finalidades do programa, sendo uma delas a de diminuir a falta de médicos nas regiões mais carentes e longínquas. 

“Sabemos que o problema da saúde pública não se resume a isso”, comentou, mostrando que médicos do programa estão atuando em municípios, como Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis e Curitiba.

Ele lembrou que, perante a insistência do Conselho em receber informações sobre os médicos integrantes do programa, as autoridades se limitaram a enviar uma lista com nomes e municípios, sem denominações e endereços das unidades de saúde que os receberam, muito menos os nomes dos seus supervisores e preceptores. 

“Cientes de nossa responsabilidade, fizemos buscas e encontramos  no município do Rio de Janeiro seis unidades de saúde com médicos estrangeiros fazendo assistência, atuando sem supervisão e recorrendo à internet para tirar dúvidas. Estamos pedindo que os municípios nos informem os locais onde eles estão trabalhando”, disse.

Segundo Sidnei Ferreira, o programa prevê ainda a abertura indiscriminada de escolas de medicina, porém pesquisas comprovam que faculdades de medicina não fixam médicos nas regiões, mas sim a residência médica. 

Ele também chamou atenção para o fato de os médicos estrangeiros serem legalmente intercambistas (o que inclui ensino, pesquisa e extensão), estando a assistência ligada ao ensino, o que obriga a presença de um preceptor no local. O governo paga esses médicos como bolsistas, porém a mídia e as prefeituras os tratam como assistencialistas. Ainda segundo ele, cada grupo integrante do programa deveria ser assistido por um supervisor e um tutor, mas não é isso o que acontece na prática.

O vice-presidente do CREMERJ, Nelson Nahon, esteve presente à palestra.