Situação da oncologia no Rio é tema de reunião no CREMERJ
13/02/2017
O CREMERJ se reuniu nessa sexta-feira, 10, com o defensor público federal Daniel Macedo para discutir a assistência ao paciente oncológico no Estado.
Durante o encontro, o conselheiro Gil Simões apresentou a recente pesquisa feita pela Comissão de Fiscalização (Cofis) do CREMERJ, que mapeou a situação de 19 instituições que oferecem o serviço, entre hospitais públicos, privados (parceria público-privada) e filantrópicos.
O levantamento apontou que a situação é crítica. Entre as principais questões estão a reduzida estrutura para exames, com decorrente demora na marcação e a longa espera pelos resultados que, juntos, podem levar 25 semanas.
Ainda de acordo com a pesquisa, 60% dos pacientes chegam em estado avançado da doença no momento da internação. A falta constante de quimioterápicos também foi outro ponto ressaltado no levantamento. A ausência deles ocorre em 42% das unidades.
Daniel Macedo comentou que a situação é catastrófica. “O que temos visto nesses hospitais é um grande descaso do poder público e muita falta de eficiência nas gestões. Precisamos intervir para que vidas sejam salvas e a população tenha garantido o seu direito a um tratamento digno e de qualidade”, disse o defensor.
O presidente do CREMERJ, Nelson Nahon, acrescentou que o trabalho da Comissão de Saúde Pública e da Cofis confirma as dificuldades que passam as unidades e a precariedade da estrutura, que há tempos é relatada pelos colegas que estão na ponta. “O número de casos de câncer vem crescendo, mas as políticas públicas e o planejamento para assistência não têm acompanhado a demanda. Os pacientes oncológicos precisam de um diagnóstico rápido e de um tratamento e acompanhamento adequados”, acrescentou.
Juntos, CREMERJ e Defensoria irão definir estratégias para buscar melhorias para a oncologia do Rio de Janeiro. Também participaram da reunião os conselheiros Pablo Vazquez, Érika Reis e Sidnei Ferreira.