CRM debate atenção primária no município do Rio
29/09/2017
As "Perspectivas da Atenção Primária no Município do Rio de Janeiro" foi o tema de uma conferência, promovida pelo CREMERJ, nessa quinta-feira, 28. O responsável pela Câmara Técnica de Medicina da Família e Comunidade do CRM, o conselheiro Pablo Vazquez, dividiu as apresentações do fórum com o assessor especial da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-RJ), Alexandre Campos Pinto Silva, o superintendente de Atenção Primária da SMS-RJ, Leonardo Graever, e o presidente da Associação de Medicina de Família e Comunidade (AMFaC-RJ) e membro da Câmara Técnica de Medicina da Família e Comunidade do CREMERJ Moisés Vieira Nunes.
Pablo Vazquez explicou que o principal motivo do fórum é apresentar a estratégia de saúde da família e estimular o desenvolvimento do programa. “Esse encontro tem como finalidade nos aprofundar no programa para fazermos uma avaliação e avaliar quais as suas perspectivas. É importante ressaltar que lutamos por um Sistema Único de Saúde (SUS) de qualidade e sabemos que uma das maiores dificuldades é a estruturação da atenção primária”, disse Pablo.
O presidente da AMFaC-RJ apresentou um panorama da atenção primária no Brasil e no mundo. O especialista também abordou as características do médico da família e os graves problemas que a falta de verba acarreta no desenvolvimento do programa. Entre eles, estão a falta de insumos, o atraso de salários e a insegurança da equipe de profissionais do setor.
Segundo Alexandre Campos, as dificuldades na área são imensas, pois o período é de extrema redução orçamentária. “Em relação às premissas da atenção primária, acreditamos que é o caminho e a solução na saúde, tanto do ponto de vista estratégico e financeiro quanto do ponto de vista prático. A atenção primária é uma das estruturas de maior resolutividade e isso é fácil verificar em qualquer indicador”, reconheceu Alexandre.
Em sua palestra, Leonardo Graever abordou questões ligadas ao trabalho que vem sendo desenvolvido na saúde do município do Rio de Janeiro. “Temos problemas a nível estadual e federal, mas, como gestores plenos da saúde do Rio de Janeiro, acreditamos ser possível oferecer alternativas que sustentem todo o progresso que tivemos na reestruturação do modelo de atenção à saúde”, disse.
Após as apresentações, foi aberto espaço para perguntas e comentários do público. Membro da diretoria da AMFaC-RJ Carlos Vasconcelos foi otimista quanto à conversa. “Os participantes do debate foram bastante claros em colocar a gravidade da situação financeira e a necessidade dos profissionais de saúde, em particular os médicos, de mobilizar-se em defesa do modelo de estratégia de saúde da família. Precisamos nos unir para conseguir sensibilizar as autoridades e mostrar que queremos, apesar da crise, manter o atendimento que a população necessita. Acredito que o recado foi dado”, analisou Carlos.
De acordo com Moisés, o fórum teve sua finalidade cumprida. “Foi um espaço oportuno criado pelo CREMERJ e ofereceu um debate de alto nível. Tivemos a oportunidade de falar tecnicamente de como construir uma melhor saúde para o Rio de Janeiro. Conseguimos apresentar os problemas e discutir as questões financeiras abertamente com a Secretaria Municipal de Saúde”, finalizou ele.