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CREMERJ promove manifestação no Dia do Médico

20/10/2009

Mais de 200 médicos do Rio de Janeiro comemoraram o Dia do Médico na manifestação contra a situação salarial da saúde pública no Estado, que ocorreu no último domingo, 18. O CREMERJ reuniu médicos na praia de Copacabana para lutar por salários dignos e melhores condições de trabalho. O protesto contou com a presença de diversas sociedades de especialidade, associações médicas e comissões de ética.

“Esta manifestação é para unirmos forças e mostrarmos a nossa indignação às autoridades. Vamos comemorar o nosso dia mostrando a importância do médico para a população”, afirmou o presidente do CREMERJ, Luís Fernando Moraes.

Segundo o conselheiro do CFM Aloísio Tibiriçá Miranda, muitos Estados brasileiros também estão fazendo manifestações com o mesmo objetivo: lutar por melhorias nos salários, pela carreira de estado e por condições dignas de trabalho. “Este 18 de outubro, Dia do Médico, será marcado por comemoração e por protesto”, afirmou.

A endocrinologista Beatriz Ohana compareceu para protestar contra a situação de calamidade nos hospitais públicos. “As condições de saúde na cidade estão cada vez piores. O serviço público não oferece suporte para o trabalho dos médicos e as emergências ficam mais superlotadas a cada dia. Isso causa um atendimento ruim e só gera insatisfação para os médicos e também para os pacientes”, completou.

Indignada com os baixos salários pagos aos médicos, a pediatra Leda Ohana enfrentou o sol forte para participar da manifestação. “A situação está difícil para o médico, pois os convênios também pagam muito mal. Estes salários não permitem que o médico se atualize para tratar melhor os pacientes, porque temos que trabalhar em muitos lugares para conseguir uma renda melhor. Espero que as autoridades se sensibilizem com a situação dos médicos”, concluiu.

Para a ginecologista e obstetra Maria Thereza Toledo, mais manifestações como a do CREMERJ deveriam acontecer na cidade. “A classe médica deve se unir para lembrar a todos, principalmente ao governo, da importância dos médicos para a população. Espero ver minha classe ganhando salários dignos e sendo valorizada”, salientou.

A situação da saúde pública é tão crítica que, pensando no futuro da sua profissão, até os estudantes de Medicina aderiram à manifestação. Isto mostra que o movimento médico, sempre tão forte e representativo no Rio de Janeiro, está ganhando novo fôlego entre os jovens e futuros médicos.

Vistoria em hospitais
Desde agosto, o Cremerj tem feito vistorias em diversos hospitais municipais, estaduais e federais para fazer um levantamento das condições de trabalho e da falta de médicos. Constatou que os hospitais continuam superlotados e com grande deficiência de médicos, o que gera longas filas de espera por atendimento e sobrecarrega os médicos do plantão.

No Hospital Getúlio Vargas, por exemplo, faltam 60 clínicos e 40 pediatras. A Maternidade Leila Diniz, anexa ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, está com a UTI pediátrica equipada, mas fechada por falta de pediatras intensivistas. Já no Hospital Cardoso Fontes há carência de 20 anestesistas. Grande parte das unidades não tem o número adequado de clínicos: no Souza Aguiar e no Miguel Couto faltam 16 clínicos em cada e no Salgado Filho, 31.

Mobilização nacional
A mobilização da classe médica tem caráter nacional e foi preparada pela Comissão Pró-SUS do CFM em parceria com as entidades médicas de cada estado. Entre as principais reivindicações estão a carreira de estado no serviço público; o plano de cargos, carreiras e vencimentos; e a aprovação do Projeto de Lei nº 3734/08, que determina o piso salarial de R$ 7.000 por 20 horas.