Com os salários regularizados, ESF vota pelo fim da greve
27/02/2018
Após audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e os pagamentos concluídos em quase todas as clínicas, médicos da Estratégia Saúde da Família votaram pelo fim da greve em assembleia nesta terça-feira, 27. Contudo, sem saber se os pagamentos de março serão efetuados regularmente, uma nova assembleia foi marcada para avaliar o próximo mês.
O movimento definiu a saída da paralisação a partir desta quarta-feira, 28. Porém, para os colegas, a regularização dos salários representa apenas uma de suas reivindicações. As más condições de trabalho continuam sendo queixa entre os profissionais da atenção básica. Devido às demissões ocasionadas pela falta de verbas no setor, muitas equipes encontram-se sem médicos. Ao questionarem sobre esse desfalque, a Secretaria Municipal de Saúde informou que, num total de 220 equipes, 56 atuam sem médicos. Em visitas feitas em 107 unidades pela Associação de Medicina de Família e Comunidade do Estado do Rio de Janeiro (Amfac), 94 equipes estavam sem médicos.
Durante a audiência, que ocorreu no dia anterior, houve uma denúncia de demissões por parte das gestoras no período de greve, o que não é permitido. A desembargadora, Rosana Salim Villela Travesedo, pediu provas e afirmou que, se forem confirmadas, as Organizações terão cinco dias para realizar a recontratação dos profissionais. Ela também expediu uma ordem judicial de excepcionalidade para os trabalhadores sem o pagamento da segunda parcela do 13º salário e determinou o uso imediato do recurso para o pagamento de tais vencimentos.
A desembargadora solicitou que o movimento considerasse essas decisões e levasse para as assembleias como uma possibilidade de saída de greve e com o objetivo de avaliar o andamento do mês de março, uma nova audiência foi marcada para abril.
O presidente do CREMERJ, Nelson Nahon, estava presente e enalteceu a luta dos médicos e suas vitórias:
“Nós do Conselho consideramos que estamos vivendo a maior crise da Saúde no Rio de Janeiro. Precisamos de uma gestão decente. Entendemos como fundamental a ESF no município e a nossa proposta para solucionar essa situação é o concurso público com plano de cargos, carreira e vencimentos. Esse foi um movimento forte, organizado e um dos mais importantes que já vimos. Sem dúvidas, ele entrou para a história da luta médica no Rio”, disse.
A próxima assembleia está marcada para 14 de março.