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Hospital Estadual da Mãe sofre com falta de RH e insumos

28/06/2018

A Comissão de Fiscalização (Cofis) do CREMERJ vistoriou o Hospital Estadual da Mãe (HEM), localizado no município de Mesquita, em 21 de maio, para verificar se as exigências contidas no Termo de Notificações enviado pelo CREMERJ foram cumpridas, referente à visita realizada no mês de fevereiro.

A unidade era administrada pela Organização Social (OS) Hospital Maternidade Therezinha de Jesus, mas teve seu contrato rompido pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), em 28 de março. A OS deve aos médicos os 13º salários de 2016 e 2017, além do pagamento do mês de março deste ano. A SES passou a gestão do HEM para outra organização social.

Com o período de transição entre as OSs, o hospital estava em situação precária, com grande falta de equipamentos e insumos, como compressas cirúrgicas, bisturis elétricos, lençóis e leitos adequados para atendimento dos recém-nascidos.

O HEM enfrenta superlotação, além do déficit de médicos obstetras e  pediatras nos plantões em diversos setores, como as salas de partos, alojamento conjunto, UI e UTI neonatais.  Cerca de 30% dos partos normais não possuem acompanhamento de pediatra, o que eleva os níveis de morbimortalidade neonatal. Além disso, o hospital notificou 210 casos de sífilis neonatal entre os meses de janeiro e abril deste ano.

Para o coordenador da Comissão de Fiscalização do CRM, Gil Simões, há um grave quadro de desassistência à população, principalmente na atenção básica, devido ao grande número de casos de sífilis notificados.

"Esse é um hospital essencial para assistência das gestantes tanto de Mesquita quanto de outros municípios da Baixada Fluminense. O grave déficit de médicos tem afetado a qualidade dos atendimentos prestados às gestantes e aos recém-natos. A assistência pediátrica está acontecendo de forma tardia e isso é muito grave. No final das contas, quem sofre com o descaso da SES são as pessoas ", destaca Simões.

A unidade foi notificada novamente pela Cofis, pois não apresenta as certidões de habilitação e funcionamento e o registro de diretor técnico atualizados no CREMERJ. No termo também há a cobrança de aumento de pediatras e obstetras nos plantões, de insumos e materiais e dos pagamentos em atraso.