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I Reunião das Entidades Médicas traça diretrizes de atuação

28/01/2019

O CREMERJ e o Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) foram os anfitriões da I Reunião das Entidades Médicas Nacionais, no dia 24 de janeiro, na sede do CBC. Primeiro de uma série que vai percorrer o Brasil, o encontro teve o objetivo de uniformizar as lutas médicas e unir a categoria em estratégias comuns. A reunião iniciou o Movimento Nacional em Defesa da Medicina e da Saúde e dela saiu um documento que será encaminhado às autoridades com os principais pontos de convergência.

“Estamos vivendo no estado do Rio de Janeiro um momento único em termos de dificuldades na saúde pública. Nossos hospitais estão em uma situação de total desassistência. E o CREMERJ, enquanto órgão fiscalizador, zela pelas condições de trabalho do médico, que não estão sendo respeitadas em muitos lugares. Defendemos o ato médico, o piso FENAM e uma série de outros pontos que fazem parte da carta do ENEM. Nós estamos unidos agora e está na hora de resgatar a nossa dignidade”, disse Sylvio Provenzano, presidente do CREMERJ. 

Durante o encontro, vários médicos participaram dando opiniões e sugestões. Os representantes de sociedades receberam denúncias sobre a situação das Unidades de Pronto Atendimento (UPA), que estão com faltas graves de recursos humanos, as péssimas condições de trabalho do Hospital Federal de Bonsucesso, a invasão de profissionais de outras áreas na perícia médica, os cursos de pós-graduação sem compromisso com a qualidade de ensino, a falta de insumos em algumas unidades, e a situação dos médicos federais que, desde a MP 568/12, tem o salário defasado em 30% em relação aos demais profissionais de nível superior. Foi colocada também a situação dos médicos de família que tem seguidos atrasados em seus salários desde 2017 e estão em greve, e dos médicos residentes:

“A formação dos nossos residentes está profundamente ameaçada. Somos expostos a más condições de trabalho com uma bolsa muito defasada. Sabemos que um em cada três residentes tem algum episódio de depressão. Esses são os profissionais que vão cuidar de nós no futuro e não estamos olhando por eles”, afirmou o presidente da Associação dos Médicos Residentes do Estado do Rio de Janeiro (Amererj), Francisco Romeiro.

Ele participou da mesa de abertura junto ao presidente do CREMERJ, o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Vital, o presidente da CBC, Savino Gasparini,o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Lincoln Ferreira, o presidente da Federação Médica Brasileira (FMB), Casemiro dos Reis Jr, o presidente da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), Jorge Darze, o representante da Academia Nacional de Medicina, Arno Ristow, o secretário estadual de Saúde, Edmar Santos e a secretária municipal de Saúde, Ana Beatriz Busch.

O novo secretário estadual respondeu a alguns dos questionamentos feitos pelos presentes se comprometendo com uma série de ações a partir de agora. Edmar Santos prometeu trabalhar junto ao Ministério da Saúde pela ampliação da atenção básica, especialmente nos municípios do interior; adiantou que todos os contratos com as Organizações Sociais (OS’s) estão passando por auditoria; informou que os processos licitatórios estão passando por aperfeiçoamento; e também adiantou que a previsão é aumentar a previsão orçamentária este ano. Sobre a regulação, o secretário adiantou que foi aprovada na primeira CIB (Comissão Intergestores Bipartite) do ano uma resolução em que todas as vagas do estado devem ser reguladas.

“O estado tem 5 bilhões de dívidas de repasses para os municípios que não foram feitos, mas a partir de agora vamos cumprir. Há um plano de fluxo de caixa e teremos cerca de 33% a mais de repasses do que no ano passado. Isso fará com consigamos honrar os pagamentos. Precisamos resgatar o cuidado humanizado, mas para isso é preciso humanizar também o profissional de saúde e isso será um foco para nós: proporcionar melhores condições de trabalho”, explicou sobre suas ações na secretaria.

Diante dos pontos debatidos, o presidente da FENAM pediu ao secretário estadual uma reunião com o governador e se comprometeu a redigir um documento, uma carta do Rio de Janeiro, que será usado como diretriz de ações para dar continuidade ao projeto em defesa dos médicos e da assistência em saúde:

“É preciso ter continuidade. Essa reunião consolida o projeto de unificação das entidades médicas e se constitui hoje um Movimento que não terá volta. Buscamos que a pauta da medicina seja aceita nos âmbitos municipal, estadual e federal. Além disso, o Movimento já conseguiu organizar no congresso uma frente parlamentar da medicina. Todas as categorias têm representação, mas nós não tínhamos. Agora estamos na luta pelo respeito ao profissional médico”, defendeu Darze.