Codel faz reunião com delegacias de todo o estado
10/06/2021
Durante reunião da Coordenação das Delegacias (Codel) do CREMERJ, na última quinta-feira, 2, na sede do Conselho, coordenadores e representantes do interior discutiram a situação das suas regiões. Na ocasião, foram debatidos assuntos, como a falta de médicos, a ausência de responsável técnico nas unidades e o déficit de medicamentos e insumos.
O encontro foi conduzido pela diretora da Codel Beatriz Costa, que mencionou a importância destas reuniões para a saúde pública. “É uma oportunidade que temos para pensar em estratégias para resolver os problemas, que muitas vezes se repetem em diferentes cidades e que não são de hoje. Mas estamos atuantes para sermos ouvidos. Queremos as resoluções e que os nossos colegas tenham condições adequadas para trabalhar”, frisou ela.
O coordenador do Departamento de Fiscalização (Defis), Guilherme Nadais, adiantou que foi feito um levantamento das fiscalizações solicitadas pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública no interior, no último ano, para saber sobre o encaminhamento das demandas apontadas pelo Conselho. Além disso, ele informou que o Defis tem se reunido com prefeitos e secretários municipais de Saúde do interior para cobrar atitudes em relação aos problemas encontrados nas vistorias feitas em hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
“Vamos continuar cobrando dos gestores municipais, sejam eles médicos ou não, o que eles devem resolver em relação às unidades de Saúde de sua competência. Para se ter uma ideia dos problemas, a maioria das unidades hospitalares do interior não tem coisas básicas, como responsável técnico, comissões de óbito e de prontuário e Núcleo de Segurança do Paciente. São situações inadmissíveis e que nós, como Conselho, não podemos permitir que continue acontecendo”, declarou Nadais.
Na sequência, o coordenador da Delegacia de Nova Friburgo, Marcelo Orphão, atualizou a situação do Hospital Municipal Raul Sertã, que recebeu a visita do Defis, em abril. Ele informou que alguns problemas foram solucionados desde então, como a nomeação do diretor técnico da unidade e o abastecimento de insumos, que foi normalizado. No entanto, o mesmo não aconteceu com os medicamentos. Marcelo contou ainda que foi aberto um processo seletivo para a contratação de novos profissionais de saúde.
Na cidade de Petrópolis, na Região Serrana, a maioria das unidades de Saúde também não possui responsável técnico. O coordenador da delegacia local, conselheiro Guilherme Toledo, sugeriu a criação de uma medida jurídica para resolver esta questão. Já em Angra dos Reis, o problema está na falta de pediatras no Hospital Municipal de Japuíba, o principal da cidade. De acordo com o coordenador da delegacia local, Celso Kreimer, a unidade funciona com um pediatra por plantão, quantidade insuficiente para a demanda de atendimento.
A falta de médicos também é uma preocupação da Delegacia de Barra Mansa. Bernardo Calvano, coordenador local, relatou que a UPA do município está encontrando dificuldades para contratar médicos, o que tem impactado na assistência. Em Cabo Frio, o conselheiro Rodrigo Maia da Costa, coordenador da delegacia local, relatou que o atendimento oncológico na rede pública está parado há dois meses por conta da pandemia. Por isso, infelizmente, muitos pacientes tiveram a doença agravada ou vieram a óbito. Também faltam medicamentos e insumos para o tratamento da Covid-19 e de outras doenças. Um ponto positivo na região foi a regularização dos salários atrasados e o reajuste das remunerações após a troca da Organização Social (OS) responsável por administrar os hospitais da região.
Já a Delegacia de Duque de Caxias destacou a desorganização da campanha de vacinação contra a Covid-19 no município. De acordo com o primeiro-secretário da delegacia, César Danilo Leal, a prefeitura da cidade não está respeitando os protocolos da Vigilância Sanitária e do Ministério da Saúde, além de não organizar a grande demanda nas poucas unidades que estão aplicando a vacina.
O presidente do CREMERJ, Walter Palis, encerrou a reunião falando sobre a importância das delegacias no interior.
“Os delegados são os braços e as pernas do CREMERJ no interior. Contem sempre conosco. O canal é aberto e nos cobrem aquilo que possa existir de hiato entre a demanda e a resposta. Todos nós lutamos pela boa prática médica e por um atendimento de qualidade para a população”, disse.
Também participaram da reunião os conselheiros Carlos Romualdo Barboza – que coordena a Delegacia de Teresópolis –, Luiz Zamagna – coordenador da Delegacia da Barra da Tijuca –, Antônio Abílio de Santa Rosa, Yuri Salles e Marcelo Erthal; e os coordenadores das Delegacias de Volta Redonda, Felipe Canavez; de Campos dos Goytacazes, Rogério Bicalho; e de Vassouras, Paulo Soares; além da assessoria jurídica do CREMERJ.