Defis faz levantamento sobre unidades básicas de saúde
03/06/2022
Em plenária temática, o Departamento de Fiscalização (Defis) do CREMERJ apresentou o resultado do Projeto Defis/CREMERJ 2021 sobre as Unidades Básicas de Saúde (UBS). No encontro, que aconteceu nessa terça-feira, 31 de maio, com os conselheiros, foram mostrados os principais dados levantados durante as vistorias. O projeto, que fiscalizou 174 unidades em todo o estado do Rio de Janeiro, confirmou a falta de médicos e de demais profissionais da saúde, além de déficit de insumos – mostrando a fragilidade da atenção básica.
De acordo com o levantamento, 52% das unidades visitadas não tinham equipes completas de médicos e 85% delas não contavam com diretor técnico – o que também é reflexo da falta de recursos humanos. A maior carência de médicos de saúde da família foi identificada na Região Metropolitana I (63%), que engloba os municípios de Duque de Caxias, Magé, São João de Meriti, Belford Roxo, Nilópolis, Mesquita, Nova Iguaçu, Queimados, Japeri, Seropédica e Itaguaí.
Em relação ao consultório médico, 74% das unidades vistoriadas apresentaram irregularidades, sendo as mais críticas: ausência de estetoscópio adulto ou infantil, falta de sabonete líquido ou papel toalha e pias danificadas – o que é grave principalmente em período de pandemia – e carência de luvas estéreis ou de procedimento no setor de ginecologia.
Em alguns casos, as salas de curativo funcionavam como área de triagem, o que é irregular e aumenta a exposição dos pacientes a contaminações. As recepções de algumas unidades também não estavam adequadas, com falta, inclusive, de bancos e cadeiras.
“Esse é um retrato da atenção básica de saúde em 2021. Vemos falta de recursos humanos e de materiais elementares. Foi uma amostragem de como a atenção primária à saúde está precária no nosso estado. As unidades básicas deveriam suportar o atendimento a pacientes de baixa complexidade, evitando a migração para emergências. Notificamos todas as unidades em que as irregularidades foram encontradas e enviamos também os relatórios para as autoridades competentes para providências”, destacou o primeiro vice-presidente do CREMERJ, Guilherme Nadais, que é diretor do Defis.
Os dados do relatório final sobre as unidades básicas de saúde foram apresentados pelo médico fiscal Tiago Ninis.