Memória Virtual faz homenagem a Ray Charles no Vivo Rio
21/06/2010
Nove mentes poderosas, mas delirantes: é assim que se definem (e com toda a razão), os integrantes da Memória Virtual, banda que surgiu há 15 anos, formada por um grupo de médicos que queriam, juntos, desfrutar de boa música e afastar-se do estresse cotidiano. Embora hoje a turma não conte só com médicos, está a dias do lançamento de um álbum em homenagem a um dos expoentes da música norte-americana. O trabalho poderá ser conferido no Vivo Rio em 26 de agosto, com o show “Tributo a Ray Charles”.
A escolha pelo músico foi fácil: Ray Charles foi o grande mestre na transição e mistura de estilos, unindo o blues, o jazz, o gospel e o rock. Exatamente por isso, exerceu forte influência no caldo de cultura musical da década de 60, refletindo diretamente nas predileções da geração da maioria dos integrantes da banda. “Suas interpretações foram sempre muito particulares, emocionantes e extremamente marcantes. Quem teve a oportunidade de ouvi-lo ao vivo não vai esquecer do que ele passava a todos quando cantava, sempre com levadas lindíssimas ao piano”, ressalta o fã, pediatra e baixista da Memória, Cláudio Barbosa.
Ele lembra que o norte-americano fazia arranjos de outros músicos que, na maioria das vezes, ficavam mais preciosos do que os originais. “Quase todo mundo pensa que o Ray era o autor das canções que ele interpretava, quando, na verdade, as próprias eram minoria em seu repertório”, alerta Barbosa.
Se não foi difícil decidir por Ray Charles, o mesmo não aconteceu com a seleção de músicas que entrariam no CD. A lista começou com mais de cem composições, e, após meses de debates, a banda conseguiu resumi-la a 12, entre elas “Georgia on my mind”; “Come rain or come shine”; “I don’t need no doctor”; “Hit the road, Jack”; e “Take these chains from my heart”. Algumas estão disponíveis no site do grupo, www.memoriavirtual.mus.br.
Para se entender a dedicação e a paixão envolvidas no projeto, basta dizer que o Memória resolveu chamar Luís Carlos Miele para organizar o “caos criativo” do grupo e ser o co-produtor do espetáculo; e José Carlos Bigorna para assinar os metais. Miele é um dos produtores e diretores de eventos artísticos mais famosos do país, e Bigorna foi o principal arranjador da banda Vitória Régia, do pai do soul brasilerio, Tim Maia.
“Estamos há mais de dois anos trabalhando nesse projeto e, como todo pai que se preza, adoramos o filho e achamos que precisávamos fazer algo mais sofisticado para que ele fosse apresentado. Então, porque não procurar o Miele e o Bigorna?”, relata o baixista.
HISTÓRIA
Originalmente formada apenas por médicos, hoje o Memória conta com integrantes de outras áreas,mas o foco continua o mesmo: rock e blues. “Com o passar do tempo, alguns abandonaram o barco pelas obrigações profissionais e outros vieram para abraçar o projeto, que foi se sofisticando. Mesmo sem formação musical, lentamente fomos melhorando nossas performances e, em paralelo, aumentando nossas exigências”, conta Barbosa. Além dele, o grupo tem o hemodinamicista Francisco Chamié como baterista; o alergologista Jorge Oliveira e o engenheiro Álvaro Naves como guitarristas; o contabilista Mauricio Aquino nos teclados; o advogado Leonardo Quintella como gaitista; e a professora Eliane Ávila, a advogada Chris Filpi e o dentista Felipe Lauria como vocalistas.
Como não poderia deixar de ser, o nome da banda foi reflexo de um diagnóstico ‘clínico’. “Tínhamos dificuldade de lembrar o que havíamos tocado no último ensaio, aí alguém disse que possuíamos uma memória virtual. Na verdade, as más línguas diziam que isso era uma ‘deficiência etária’. Então, decidimos adotar o nome dessa nossa característica, mas preferindo chamar de Memória Virtual, claro”, recorda Barbosa.
Apesar de nascer em 1995, somente em 2002 o grupo se arriscou a gravar um CD, “para ver como seria”, nas palavras da turma. Gostaram e repetiram a dose quatro anos depois, em um trabalho mais complexo, com arranjos próprios para clássicos do blues e do rock. Era o “Memória in blues”, que pode ser conferido numa série de shows no Mistura Fina, o “saudoso bar da Lagoa”, onde a banda teve memoráveis noites com casa cheia.
Agora é a vez de voar mais alto. Hit the road, Memória!
Show do lançamento do CD Tributo a Ray Charles
Onde: Vivo Rio (avenida Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo)
Quando: 26 de agosto (quinta-feira), às 21h
Ingresso: de R$ 30,00 a R$ 100,00 (informações na página do Vivo-Rio – www.vivorio.com.br)
Classificação: 16 anos (menores de 16 anos somente acompanhados do responsável legal)
Para saber mais e ouvir algumas músicas, acesse o site da banda: www.memoriavirtual.mus.br.