CREMERJ vistoria Hospital Rocha Maia
03/02/2011
Hospital fecha a emergência quando não há médicos de plantão
Localizada num ponto estratégico e de muito movimento na Zona Sul do Rio de Janeiro, a emergência do Hospital Municipal Rocha Maia tem sido fechada constantemente por falta de médicos. No dia 19 de janeiro, a unidade foi vistoriada por membros da Comissão de Saúde Pública do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj). Os conselheiros constataram que metade dos plantões não têm equipe mínima para manter a emergência da unidade, prestes a ser reinaugurada, de portas abertas. Na situação atual, há, pelo menos, quatro plantões de 12 horas sem nenhum clínico. “Esta situação é um risco para os médicos e para a população”, afirma o membro da Comissão de Saúde Pública do Cremerj e primeiro-secretário, Sidnei Ferreira.
Durante a vistoria, pediatras relataram que há sempre a possibilidade de ter que atender adultos, porque não há clínico de plantão na unidade em diversos turnos. Atualmente, não há clínicos escalados para os plantões de segunda e terça de manhã; e quinta e sexta à noite. Outros três plantões contam com apenas um clínico. “Há plantões só com pediatras na emergência. Se um adulto necessitar de atendimento, ele tem que ser atendido por um clínico e não por um pediatra. Mas o médico, que independente da especialidade não pode negar o atendimento, fica exposto a erros e o paciente não recebe o atendimento adequado”, explica Sidnei Ferreira.
As obras de revitalização da emergência, que se arrastam há mais de dez anos, foram finalizadas recentemente. Apesar de reformada, a unidade ainda não foi equipada e não há previsão de investimento na contratação de médicos. O Rocha Maia tem apenas 14 médicos – dez estatutários e quatro terceirizados. Os salários são muito baixos, mesmo para os terceirizados que recebem mais do que os estatutários.
Polêmica
As obras do Hospital Rocha Maia e o consequente fechamento da emergência criaram uma polêmica. O Conselho Distrital e as associações de moradores da região temiam a extinção dos leitos de emergência da unidade e convocaram reuniões e manifestações para manter o serviço aberto. Em agosto de 2010, a Secretaria Municipal de Saúde prometera aos moradores da região que a emergência da unidade voltaria a funcionar 24 horas por dia, o que não ocorreu até o momento. Além da emergência, a unidade presta atendimento ambulatorial em diversas especialidades e programas como de cardiologia, idoso, insulina e odontologia.